terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Trilogia Harveyniana


Polly Jean Harvey, ou simplesmente P.J. Harvey (acho um charme ser conhecido pelas iniciais, mas comigo não ficaria tão bem... S.P. Oliveira,não, todos enchem a boca para falar Pupo, não vou privá-los disso!!). Eu já tinha lido muito sobre essa cantora, uma das minhas fontes era a coluna Escuta Aqui, de autoria de Álvaro Pereira Jr. Mas nunca - isso mesmo, NUNCA - tinha ouvido o som dela, nem em rádios, nem pela tv. Internet, bah, isso nem tinha .Ela se tornou constante em minha vida desde o início deste ano, pois eu precisa de uma trilha sonora pelo momento que passava. Fim de relacionamentos são uma merda; de um que só existiu na sua cabeça apenas, pior! Mas ainda sair destruída e humilhada, bingo!, você atingiu a depressão. Nã o que amigos e familiares fracassem na ajuda, mas há algo indescritível, só quem sente para entender. Foi aí que P.J. caiu em minha vida. As vezes tudo o que mais quero em situações ruins é ficar isoladinha no meu canto,eu e apenas a música. Ainda na sala de espera do consultório, esperando ser chamada pela minha psycho, vi uma resenha sobre o então álbum novo da P.J., "White Chalk". Na hora perdi a vergonha na cara e resolvi me aprofundar no universo Harveyniano. O fim do meu namoro passou especificamente por 3 fases distintas, todas traduzidas nos versos de Polly Jean. A seguir:
OH MY LOVER
"Oh my lover
Don't you know it's alright ?
You can love her
You can love me at the same time
Much to discover
I know you don't have the time but
Oh my lover
Don't you know it's alright ?"
Era a fase de humilhação, na qual você não dá ouvidos para a opinião dos outros, ter de volta quem perdeu é a única coisa importante. Não me importava se fui trocada, não ligava se não era recípocro. Deixamos o orgulho de lado para cair aos prantos por muito pouco. Mas do que valeram minhas boas intenções, se ele nunca quis mudar? Ah não, não poderia cometer o mesmo erro dele, o de ficar preso ao passado. Porém pra que continuar com aquilo, pra que sofrer? Minha cota de erro foi tentar substituir o que pra ele era insubstituível...
"Rid of Me"
"Tie yourself to me
No one else no
You're not rid of me
No you're not rid of me
Night and day I breathe
You're not rid of me
Yeah you're not rid of me
I beg you my darling
Don't leave me
I'm hurting
(...)
Yeah you're not rid of me
I'll make you lick my injuries
I'm gonna twist your head off, see?
Till you say don't you wish you never never met her
Don't you don't you wish you never never met her
Lick my legs I'm on fire
Lick my legs of desire"
Passado os primeiros dias de tristeza e inconformismo, ainda me sentia confusa. Uma mistura de raiva e amor, sei lá; uma necessidade de provar que ele fez a escolha errada em me abandonar. Mas isso já não é amor, não é algo saudável, é obcessão. Não há necessidade em querer ser melhor que alguém, não precisava provar nada. Demorou até compreender que fazê-lo lamber minhas injúrias ou dizer que estou sofrendo não iria adiantar em nada. A máscara dele já tinha caído e agora eu era parte do seleto grupo daqueles que sabem quem é o "profeta". Não há mais espaço para personagens,aliás,era justamente isso o que ele buscava: gente que possuia um alter ego.
"Who the Fuck?"
"Who the fuck
Do you think you are
Get out
Of my hair
Who the fuck do you think you are
Comin' round here
Who the fuck
Do you think you are
Get your comb
Out of there
Coming out
My hair
I'm not like other girls
You can't straighten my curls
Who?Who?Who?Who?
Fuck!Fuck!Fuck!
You
I'm free
You'll see
I'm me
You'll seeWho?"
Finalmente chegamos a fase "Who the Fuck",a derradeira, aquela que exorciso todos os demônios. Se antes jurava que ele não estaria livre de mim, agora sou eu que declaro "Eu sou livre", e meus cachos permanecerão. Pare um pouco pra refletir darling, você não é tudo isso que pensa, agora eu que não caio no seu joguinho barato, porque infelizmente quase tudo que vem de você cheira a falsidade. Esse seu tipo só faz efeito pro "seus amigos e amigas"; esse seu jeito phoderoso pra uns e "garoto carente" pra outras não vai durar por muito tempo. Eu morri por mil vezes e você tentou (sem sucesso) voltar pra ela, mas eu não vou trazer a escuridão de volta pra mim

Um comentário:

Tuta Lopes disse...

Pupinha linda do meu core e do Deco, estou me atualizando agora...
Tmabém escuto P. J. Harvey!!!
E o mais engraçado foi o jeito que conheci seu trabalho!
Naquela época que comprava fielmente o Jornal Folha de São Paulo, todos os domingos, vinha a Revista da Folha, e lá vi uma reportagem que mostrava os animais de estimação de alguns artistas, lá estava a vocal da banda Jazzie e os Vendidos, Jazzie tem uma gata que ganhou o nome de P.J. Harvey, e foi assim que fui em busca de novos sons... Conheci tanto P.J. Harvey como Jazzie e os Vendidos... =]