domingo, 14 de junho de 2009

DOMINGO EU QUERO VER O DOMINGO PASSAR

Olá pessoas, quanto tempo!

Não imaginava que demoraria tanto a voltar neste espaço. Pensei em escrever com maior frequência em Maio, mas os meus problemas parecem ter triplicados: estresse, brigas familiares, surtos no trabalho, etc. Não conseguia arrumar um tempo apenas para mim e meus pensamentos e assim poder escrevê-los. O que eu mais precisava naquele instante era comer uma imensa barra de chocolate branco e uma bela massagem.

Bom mas chega de lamentos e vamos tirar o atraso! Resolvi escrever sobre domingo retrasado, afinal eu resolvi sossegar o facho e passei o fim de semana em casa. Já estava virando rotina ter um passeio no domingo, seja um rolê no shopping, uma passadinha (que durava horas) na Livraria Cultura ou uma visita a uma amiga. Bastou eu sentar a buzanfa no sofá e zapear por alguns canais para concluir que a programação dominical parou no tempo. No SBT há as mesmas colegas de trabalho no auditório cantando “Sílvio Santos vem aí”, o velho Lombardi anunciando as atrações e o SS jogando aviõezinhos de dinheiro ao público. Como o assunto dinheiro me deprime, achei melhor trocar de canal. Na Globo estava o também jurássico Domingão do Faustão, com uma atração internacional, a banda inglesa McFly. Era a primeira vez que ouvia o som dos caras.

Já tinha lido a respeito no Folhateen, geralmente com os colunistas espinafrando os garotos e os fãs os defendendo fervorosamente. O nome McFly não me soava tão estranho e se você for um cinéfilo como eu, sabe o que quero dizer. Ele remete ao personagem Martin McFly, da série “De volta para o Futuro”. Assim, eu pensava que o nome fosse uma homenagem ao Martin e que o som da banda tivesse influências do som dos anos 50/60. Grande engano! Os inglesinhos formam nada mais, nada menos que uma “boy band”, mas em vez de cantar e dançar, eles tem uma atitude mais “rocker”. Pelo que li, eles se conheceram em testes para gravadoras, e estão juntos desde 2003. Todos bonitinhos, para conquistar as meninas, mas com a rebeldia na dosagem certa pra agradar aos meninos também. Um som com refrões grudentos para não sair da boca da moçadinha, porém descartável. Nada que entrará para o Panteão pop-rock. É a indústria empurrando aos jovens mais um produto e como todo produto, ele deve ser consumido. E tome pôsters, revistas, camisetas, álbuns de “the best of” para um grupo que mal completou 10 anos de carreira.
Mas ao vivo até que os garotos do McFly cumprem seu papel direitinho. Mostram que tem carisma, cantam e tocam bem, arrancando até elogios do Faustão. Você pode até achar que um comentário do Faustão não vale a pena, mas ele tem gabarito pra falar sim. Afinal, ele apresentou o Perdidos na Noite, programa de total anarquia, diferente e irreverente e muitas bandas do pop-rock nacional se apresentaram por lá, como Paralamas, Ira!, Titãs e o Barão Vermelho. Para um programa que tem como lema “quem sabe faz ao vivo”, os McFly saíram de lá com um punhado a mais de fãs.
Outra banda formada por jovens garotos e que se apresentou no Brasil foi os Jonas Brothers. Esses caras tem uma mãozinha amiga chamanda Disney. Eles até participaram de um filme chamado “Camp Rock”. Quando eu vi uma reportagem sobre esses carinhas, achei que fosse uma versão anos 2000 dos irmãos Hanson. Antes tínhamos 3 irmãos loirinhos de Tulsa, Oklahoma, de família protestante, que alcançaram o sucesso logo no álbum de estréia,”Middle of nowhere”, puxado pelos hits “MMMbop” e “Whre’s the love”. Agora temos 3 irmãos moreninhos de Wyckoff, Nova Jérsei, famíla protestante, que atingiram o sucesso no álbum de estréia It's About Time. Eles, juntamente com Hannah Montana, formam os astros teen que toda mãe quer que seu filho goste! Eles são certinhos, puros, não bebem, não fumam, não dão declarações polêmicas, nem fazem ensaios “ousados” para revistas e os irmãos Jonas ainda pregam a virgindade, usando um anel de compromisso! Talvez, parte dessa estratégia das gravadoras em apostar em artistas "da paz", certinhos até a medula seja o fato da influências delas na garotada. Antigas crias da Disney como Brtiney Spears, Cristina Aguilera e Justin são um prato cheio para tablóides sensacionalistas, todos eles a espera de um escândalo. Mas o que eu acho inadmissível é justamente a fabricação de artistas. Empresários e gravadores criando algo que nã é a real, tudo para criar um filão, algo que seja consumível, deixando o talento de lado e empurrando ao público algo artificial, com frases feitas, gestos ensaiados e sem alma. Claro que não falo apenas da música pop; quem curte o bom e velho rock'n'roll sabe que nos anos 70 um esperto dono de uma loja de roupas resolveu criar um grupo punk: Sex Pistols! E que o integrante mais emblemático do grupo, Sid Vicious, nem sabia tocar uma nota sequer do baixo!
Puxa, quem diria que ficar em casa e acompanhar a programação dominical daria uma reflexão tão grande!?
Boa noite.