sábado, 28 de fevereiro de 2009

Pérolas da Malu

Esse post é todo dedicado à Maria Luiza, de quatro anos mas já responsável pelas melhores "tiradas" que eu já ouvi! Momentos fofos, hilários e desconsertantes. Quem tem crianças por perto sabe o que é ouvir a sabedoria infantil. Esses são alguns causos da Mariazinha que quero compartilhar com vocês:

Era início de 2008 e estava de férias. Não passava por um bom momento, tinha acabado de terminar um namoro, o que me deixou muito abalada - as situações que passei eu não desejo ao meu maior inimigo! Mesmo assim eu não havia contado a ninguém de casa o que tinha acontecido. Bom, num dia eu fui a padaria com a Malu e ela começou a me perguntar:
-Bizu, onde está o Mascus (era como ela dizia Marcos)?
-Ah Malu, nós não estamos mais juntos... acabou sabe.
-Mas por quê??
-Porque tem coisas que não dão certo... - eu já não sabia mais o que dizer, vocês não acham difícil falar de amor com crianças? Mas mesmo sem ela ver que sua tia estava infeliz, ela disse algo que nuca esquecerei:
-Sabe Bizu, você deveria fazer ele chorar!
O conselho mais sábio que eu recebi...


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Quando nós finalmente adquirimos um computador, foi literalmente um evento aqui em casa! A pequena estava ao meu lado enquanto eu estava colocando um wallpaper dos personagens do Shrek. A Maria não pode se conter ao ver seu querido Gato de Botas e grita:
-OLHA, O GATO DE BOSTAS!!

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Essa a Márcia me contou ontem. Elas foram até o mercado e há uma calçada infestada de cocô de cachorro. A Má avisou a Maria para tomar cuidado em pisar nas fezes. A frase não poderia ser mais impactante:
-Ê Brasil cheio de merda!!!

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Outro dia, o Victor me perguntou por que meu apelido é Bizu. Eu expliquei quem me apelidou assim foi a Luciana, quando eu era recém-nascida. Originalmente era Biju, devido a um personagem de novela, mas com o tempo ele virou Bijuzinha,depois Bizuzinha e por fim, Bizu. Ainda complementei que Biju é nome daquele canudinho doce que acompanha nos sundaes. A Malu entra na conversa e complementa:
-Você é realmente um docinho Bizu!


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Hoje mesmo a Malu me tirou um pouco do sério. Tudo porque ela ficava chutando o jornal que eu tentava ler (não há nada mais sagrado pra mim do que ler jornal de domingo). Daí que fui mais incisiva com a menina e ela ficou magoada. Chegou pra mim e disse:
-Bizu, nóis precisamos conversar. Quando eu faço isso (e mexeu no jornal) é porque eu estou brincando, não precisa ficar brava comigo. Se você brigar comigo eu não vou ser mais a sua amiga.
E quem não consegue pedir desculpas depois de ouvir isso???

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Porém até agora eu não entendi uma frase da Malu, talvez sua pérola mais reflexiva:

-Bizu, você é minha maior aventura!!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Eu não sou nenhuma Saint

Eu não gostava do meu nome, Silvia, porque ele dá a impressão de batizar uma pessoa mais velha. Quando eu o ouço, me veem a cabeça a imagem de uma mulher de cabelo cor acaju, com óculos de aro grosso, aparência cansada e vestindo um tailler cafonérrimo (nossa, acabo de descrever a Dilma Roussef). O responsável por eu ser Silvia foi meu pai; num lance de total falta de criatividade ele colocou o nome da minha mãe em mim e isso acaba gerando confusões, principalmente quando ligam em casa e ninguém sabe se é para mim ou ela. Versão live action de Bob pai e Bob filho.

Acontece que até a primeira metade da década passada eu nunca vi Silvias com algum tipo destaque. As apresentadoras infantis eram a Xuxa, Mara, Mariane, Angélica - nenhuma xará... Havia sim uma personagem no -Tim-Bum (Tv Cultura), a cobrinha Silvia, de dois famosos bordões: "o meu nome não é Silvia, é Sssssssssssssssssilvia" e "da próxima vezzzzzzzzz, eu te pego". Não posso ser injusta e esquecer de citar uma apresentadora que marcou época, embora fosse de um programa direcionado a um público mais velho: a Silvia Poppovick (Band). Era comum fazerem piadinhas devido a semelhança dos sobrenomes :"ah você é a Silvia? Silvia Pupovick?" Lembram de alguma atriz com esse nome? Tirando do baú tem a Silvia Bandeira (que era coadjuvante do coadjuvante do coadjuvante) e a Pfeifer (que nunca mais vi atuando). Trauma maior foi saber, no colegial, que existe uma atriz pornô chamada Sylvia Saint!!! Para seus fãs, ela é mesmo uma santidade... "Silvia, eu sei que você 'Saint' muito..."- sinto uma raiva do caramba por esse trocadilho cretino¬¬.

Mas o momento de reconhecimento chegou!!!! Tudo começou com a personagem feita pela Alinne Moraes na novela "Duas Caras" (ok, a Silvia era uma psicopata, mas pelo menos já era antagonista do horário nobre). Nos cinemas tivemos duas cinebiografias em que Sylvias foram brilhantemente apresentadas. A primeira em 2003, "Sylvia - Paixão Além das Palavras", tem como protagonista Gwyneth Paltrow. A história de Sylvia Plath, uma das mais famosas novelistas da literatura norte-americana. Nascida em Boston durante a Grande Depressão, Sylvia ainda jovem tentou cometer suicídio, na casa de sua mãe. Ela viaja à Inglaterra para estudar em Cambridge e lá conhece o jovem poeta Ted Hughes (Daniel Craig, vulgo 007), por quem se apaixona e vive um longo romance. O segundo foi "Em Busca da Terra do Nunca", no qual Johnny Depp é J.M Barrie, autor de peças teatrais, que apesar da fama que possui está enfrentando problemas com seu trabalho mais recente, que não foi bem recebido pelo público. Em busca de inspiração para uma nova peça,Barrie a encontra ao fazer sua caminhada diária pelos jardins Kensington, em Londres. É lá que ele conhece a família Davies, formada por Sylvia (Kate Winslet), que enviuvou recentemente, e seus quatro filhos. Barrie logo se torna amigo da família, ensinando às crianças alguns truques e criando histórias fantásticas para eles, envolvendo castelos, reis, piratas, vaqueiros e naufrágios. Inspirado por esta convivência, Barrie cria seu trabalho de maior sucesso: Peter Pan. Dica da Shil: tenha ao lado um caixa de lencinhos...


E a escalada "silvística" chega à música. Basta de Camisa de Vênus nos chamarem de piranha!Agora sei que o rei Elvis e Chiquito Buarque têm lindas canções com nosso sagrado nome. E há uma cantora que fisgou meu coração, ela pegou, pegou , pegou no meu pé! Silvia Machete, simplesmente mulher, tem um talento circense, linda voz, falta de pudor e ares de atriz. Ela não se limita a cantar: em cima do palco Silvia assobia, toca violão, rebola o bambolê, fuma um baseado (de orégano) e toma um drink. Adotei suas interpretações como hinos - afinal, são músicas safadas para corações românticos! Não seria exagero dizer que graças a Machete, eu tenho orgulho em ser Silvia. "Eu não sou nenhuma santa"

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Rubra da cintura pra baixo

Se existe um momento no qual eu ODEIO ser mulher é quando estou menstruada! Você pode até pensar que minha raiva seja causada pela temida TPM, mas comigo o buraco é mais em baixo, isto é, o meu problema é no "durante". Cólica é um troço que não deveria existir. E eu fico tão irritada, tão chata, tão rabugenta, que nem eu me suporto. Nos meus raros momentos de cristianismo eu penso "Deus, porque fizeste a mulher sangrar todo santo mês???!!!"; já quando eu incorporo a atéia disparo um "penso que a evolução não foi muito favorável as mulheres...". O nome em si já é feio : MENSTRUAÇÃO. Já dá um certo nojo e assusta. Não é a toa que os homens falam que as moças ficam "monstruadas". A mulherada ainda tenta usar uns eufemismos mas o resultado é constrangedor. Dizer que 'está de Chico' soa tão arcaico (aliás, porque chico?), 'tá descendo', 'veio pra mim' ou ' naqueles dias'... nada melhora.

Meu calvário começou em 28/10/97 (e como iria esquecer), num fim de tarde assistindo ao Disney Club; entre uma aparição do Caju (10 entre 10 garotas suspiravam pelo Caju) e outra, percebo um manchinha bem pequena no meu shorts. Como minha irmã estava no banho, eu fui no quarto conferir melhor e para minha ingrata surpresa lá estava o fim da minha infância e o início de várias transformações que meu corpo sofreria (só os peitos que não cresceram!!!). A expressão de felicidade da minha irmã contrastava com a minha de decepção. "Bizu, agora você é mocinha!". E desde quando é para comemorar o fato de sangrar no meio das pernas? O pior foi o dia seguinte, pois parecia que estava escrito na minha testa com letras em néon "MENSTRUADA". Eu não tinha contado pra nenhuma das minhas amigas. Aliás, na 5ª série eu sentava numa fileira que só tinha meninos (Philip, Kamiha,Felipe...); eu só pensava "será que dá pra ver o absorvente marcando?", "e se vazar?", "vou tentar andar o mais natural possível" - coisas de marinheira de 1ª viagem...

Acontece que após a menarca (outro nome bizarro) o absorvente acaba virando um item indispensável na necessaire feminina. Antes eu gastava dinheiro com revistas, acessórios, roupas mas agora tenho que reservar uma generosa quantia para os absorventes. Até tentei, porém sem sucesso, a campanha "Absorvente grátis já", mas as grandes marcas só sabem em criar novos tipos com diferentes preços! Tem mini, normal, normal c/abas, noturno, ultra fino, básico, suave, seco, com "disfarçador de odores", com barreiras protetoras ,flex abas, micro furos etc... a arte de comprar um absorvente ficou complicada! Já repararam nos nomes dos ditos cujos?? Eu ainda paro pra pensar quem é o gênio pra batizá-los com nomes, digamos, 'originais'.

Vejam isso:

  • Always: isso só me lembra que "sempre" terei o absorvente ao meu lado (isto é, até a chegada da menopausa);
  • Sempre livre: tá aí algo que não sinto quando estou 'naqueles dias': livre! Afinal, meus movimentos devem ser friamente calculados;
  • Intimus gel: esse é 2 em 1? protege e faz o penteado ao mesmo tempo!
  • Carefree: ao pé da letra "cuidado livre". Não sei porque eles insistem nesse lance de liberdade... só as atrizes dos comerciais conseguem correr, pular, dançar, andar de bike e fazer aquela cara de que 'não estou sentindo nadica de cólicas';
  • Tampax: é uma tampa mesmo, mas pra não soar feio eles colocaram um 'x' pra ficar mais diferentão!

Infelizmente termino esse post sem poder explicar a origem do apelido Chico, tentei a minha fonte mais segura e antiga, no caso minha mãe, mas ela também desconhecia, apenas afirmando ele já existia na época em que ela era 'mocinha' , ou seja, o Chico é do arco da velha!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Cadê a marca que tava aqui???

Às vezes bate uma nostalgia quando abro a geladeira ou um dos armários da cozinha: é que muitas das marcas que marcaram os sabores da nossa infância sumiram ou mudaram de nome e nem sempre mantendo o sabor original - suspeito talvez que isso seja coisa da minha cabeça, mas que o paladar infantil é diferente do adulto, isso é verdade! Muitos concordam comigo que marcas clássicas foram retiradas das prateleiras dos supermercados, das barraquinhas de doces e/ou das cantinas escolares.

Um exemplo famoso é do chocolate Milkybar. O garotão dever pensar, "hum, vou comer meu fabuloso Milkybarm com um nome maneiro assim, só pode ser coisa boa". Eita nome fresco da porra!!! A "barra de leite" é nada mais, nada menos que o nosso querido Lollo; esse nome é muito mais apropriado para representar a fofura do chocolate - e sem falar da antiga embalagem, com a simpática vaquinha amarela!^^

O Kri virou Crunch, Krot da Lacta é Shot, Fanta limão foi extinta com surgimento da Sprite.


Perceberam a frescura, os nomes ficaram mais "americanizados", mas sem graça...
Nunca mais pude saborear a sopinha do Popeye, uma invenção da Knorr nos sabores espinafre e mandioquinha, e em vez de adicionar água no preparom nossas mamães tinham de colocar leite (ficava cremoso). Mas o grande diferencial era os biscoitinhos que nós colocávamos (eu sempre deixava pro final). Era uma "dilíça". A Maggi matou a Galinha Azul ( "De leste ao oeste, de norte ao sul, a onde é agora da Galinha Azul, cocoró co, cocoró co"), a Nestlé comprou a Tostines e teve a pachorra de tirar das gôndolas os biscoitos sabores brigadeiro, beijinho e, o melhor, de cajuzinho! Sem falar que ela agora extinguiu a marca Yopa, mas isso pra mim nãotem a menor importância, os sorvetes serão eternamentes Yopa!


Ah e como era gostoso ver Chaves tomando um refri Pop Laranja, bem acompanhado de um delicioso Mandiopã, para no fim saborear o chocolate da turma da Mônica (outra mancada da Nestlé foi retirar esse chocolate ao leite com o desenho dos personagens da turma em chocolate branco). Os doces eram tão baratinho, acreditem ou não, o Kinder ovo custava 1 real! O Galak era tão bom, mas agora era tá tão fininho... quanto menor a guloseima, maior o preço!!! Já o concorrente Laka tinha uma jarra de leite com pequenas glores ao lado - uma ternurinha! Lembram do slogan: Laka, gostoso como um beijo. Quando criança, acreditávamos nisso mesmo!