quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A Esfinge e a tartaruga part 2




- Cof - a tartaruga ouviu a Esfinge tossir, seus olhinhos ficaram arregalados por um bom tempo, como se pensar fosse a coisa mais penosa que já lhe acontecera. Timidamente perguntou:
- Está tudo bem Esfinge - essa foi a frase mais plausível que passou pela cabeça. Uma tola, pensaria a Esfinge, porém para nossa surpresa, ela lhe retribuiu com mais de meia dúzia de palavras.
- É esse tempo que muda a cada hora! Assim fico a todo momento tossindo, desculpe por perturbá-la; a pequena tartaruga não acreditou no que ouviu... era um pedido de desculpa? Não por isso Esfinge, é um prazer poder ouví-la tossir quase que periodicamente... Com essa, já são 15 tosses só nas primeiras horas! Tomando um pouco mais de coragem, a tartaruga resolveu dar continuidade a conversa, algo que esperava e ensaiava há tempos.
- Sabe, você precisa se cuidar- era muito zelosa - por que não tomar alguma pastilha? Gengibre, gengibre também é muito bom e... - ela fez uma pequena careta - mel... ouvi dizer que mel faz bem a garganta - era alérgica a mel. Porém era tarde demais e não havia como consertar esse pequeno deslize. No dia seguinte, ela levou umas folhinhas de hortelã para Esfinge, no qual ficou muito feliz com esse gesto. Ela agora sabia da existência do pequeno réptil!

Por alguns dias era comum trocarem algumas palavras, ás vezes a Esfinge ficava muito ocupada e era muito minuciosa em suas funções; talvez por isso a tartaruga ficava receosa quando tentava iniciar um papo... já era lerda por natureza, com uma pitada de timidez, a coisa torna-se pior. Mas nas poucas horas de conversa eles foram descobrindo que tinham pontos em comum,
como por exemplo, adoram descansar em baixo das palmeiras, repudiavam as ações dos corsários e admiravam o mesmo som que a natureza oferecia. Certo dia, a tartaruga percebeu uma imagem reproduzida em sua pata direita.
- Desculpe-me a intromissão, mas que figura é essa?
- Sou eu e o filho de meu fraterno... - mas ela não deixava de permanecer vigilante. Fez um silêncio muito grande, a pobre tartaruga estava prestes a retornar ao casco mas foi surpreendida pela Esfinge.
- Sou o último de uma família composta por 3 herdeiros, esse ao meu lado é filho do meu irmão mais velho.
-Eu também sou a última de meus descendentes e... - não conseguia achar nada de interessante que pudesse prender a atenção da Esfinge. Ela por sua vez, parecia não querer cessar a conversa.
- Toda a nossa origem é do Lácio, embora muitos pensem que viemos do Egito, aposto que você pensou isso! - e um sorriso enigmático surgiu em sua face. Ela pensara que a tartaruga se enganava como os outros. - E você vem de onde?
- Bom, não pode parecer mas meus descendentes são do Lácio também, embora não somos tão nobres quanto a sua. Há também um erro em achar que viemos de Galápagos, mas não fico brava, ninguém é obrigado a saber de tudo.
E para provar o quanto era ligada a região do Lácio, ela mostrou seus conhecimentos em latim.
- Meu clã é o Púpia, e com passar dos anos foi renomeado Púpius. Essa palavra até hoje muito utilizada, por exemplo, na biologia. Sabia que a fase em que a borboleta se fecha num casulo chamam de "pupa"? - antes mesmo da Esfinge responder a tartaruga emendou: - "Pupa" pode significar "boneca" ou "menina"; talvez seja porque a borboleta não chegou nem à adolescência quando fica escondidinha no casulo...
-Ela está se preparando para uma grande transformação, vejo que há até uma certa semelhança entre você e uma borboleta, digo, você tem o hábito de se esconder no seu casco, como se ainda esperasse por uma grande transformação.
- Eu ainda não sou livre como uma borboleta - era isso que desejava dizer, mas as palavras ficaram presas, ó céus, até suas palavras não conseguiam ser livres.

Bom por hoje encerro mais um capítulo dessa bizarra história. Mas aguardem, pois há mais fatos e seres que faltam ser apresentados.
See ya!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Esfinge e a tartaruga


Uma tartaruga se apaixonou pela Esfinge, mas essa paixão não foi correspondida. Essa não é uma boa maneira de contar uma história, sem apresentações, espaço,tempo, mas a essência já está nas primeiras linhas. Basta dois personagens para algo ser contado. Isso não é um conto de fadas, nem uma fábula, não há nada de heróico ou romântico... é uma sucessão de erros. Mas para o leitor mais tradicional, reiniciemos como manda o figurino...

Há pouco tempo atrás, virando a esquina perto de casa, uma tartaruga se apaixonou por uma Esfinge. Não foi uma paixão repentina, muito pelo contrário, foi a paixonite mais sem sal dos últimos tempos! Porque a tartaruga havia se fechado para o mundo, sua casa era apenas seu casco; os outros animais não lhe passavam segurança; era lenta, como era leeeenta... Não aceitava mudanças bruscas, pois acreditava que nada pode fugir de seu controle. Se para alguns estabilidade era uma virtude, a própria tartaruga já via como alarmante seu estado de lerdeza profunda.


Vivia enclausurada, porém como era um bichinho caxias, não deixou de exercer sua função, que era ser ouvinte e conselheira (por ser uma criatura tão idosa, seus conselhos eram até que úteis). Ouvia,ouvia,ouvia e já ficava cheia. Porque tinha tantas idéias, mas achava tão estúpidas, coisas inventadas de sua cabeça solitária.

A Esfinge surgiu inesperadamente. Quieta, concentrada, vigilante de todos. Tinha um certo poder, embora não fosse a criatura mais importante da região. Ficaram por um bom tempo um de costas um pro outro. A tartaruga em seu casco, a Esfinge sempre com atenção. Com uma idéia fixa em mente, nosso pequeno réptil demorou a apreciar o misterioso ser. Pensava em mil coisas pra falar, mas tudo parecia tão cafona ou ridículo, a tartaruga simplesmente não sabia iniciar uma conversa decente. Sua relação com amores nunca foi, digamos, um primor!!! Estava sempre atrasada, de tudo, a cada passo dado, já estava ..........................................................longe seu objetivo maior,........................................................................... com milhas e milhas de distância

Um dia, talvez muito inspirada, ela deixou seu local de costume e foi se sentar ao lado da Esfinge. Um pequeno esforço, sim, mas foi já uma grande evolução. Ela pode admirar melhor o perfil - mas que nariz interessante( somente ela pra elogiar um nariz) -, ver cada movimento dessa figura tão imponente,e tão, tão ... monossilábica! Mas enfim dividiam o mesmo espaço,agora era questão de tempo, mas o tempo pra tartaruga tem uma contagem diferente... Foi a muito custo que se iniciou a conversa ( e só poderia ter como assunto algo tão banal)...
Ah, mas esse diálogo conto a vocês no próximo post... calma, como já mencionei, os fatos são devagar, quase parando na vida do nosso animalzinho.

domingo, 14 de dezembro de 2008

elephant gun






"If I was young, I'd flee this town I'd bury my dreams underground. As did I, we drink to die, we drink tonight"




Estou encantada, maravilhada, viciada em uma música que não sai da minha cuca! "Elephant Gun", de Beirut, que muitos podem ter já ouvido na trilha sonora da micro-série "Capitu". Ela caiu como uma luva a personagem título, interpretada por Letícia Persiles (quando Capitu era moiçola). Impossível eu não querer sair dançando, bailando tal qual a Capitu da série, ou então igual aos bailarinos do videoclipe original. Dá uma sensação de liberdade... de bem estar e diversão. Coisa que sinto de modo parecido quando ouço Beatles, vide Sgt Peppers (sou recepcionada pelo sargento Pimenta, com a ajudinha de meus amigos, vaificandomelhoracadamomento, vou com Lucy ao céu com diamantes, junto com a amável Rita, vemos Mr kITeeeeeeeeee...ufa). A vida pra mim deveria ter esse toque lúdico, mais colorido mas com um certo ar de melancolia... A micro-série foi uma das poucas atrações que a rede "Grobo" acertou a mão em querer produzir e colocar no ar - a outra foi ter exibido no início do ano a série "Queridos Amigos". Permitam - me aqui uma digressão!




"Queridos Amigos" foi show, mesmo passando bem tarde eu não perdia um só capítulo. Geralmente a emissora passa no início do ano uma grande série que tem algum fato importante da história do nosso país, quase sempre algo que remeta um passado bem distante. Essa foi diferente, o ano era 1989, eu era criancinha e ainda me lembrava (embora vagamente)fatos que foram exibidos na série. O elenco era ótimo, com Fermada Montenegro, Juca de Oliveira, Matheus Natche"slaures" (vergonha,não sei escrever até o hoje o sobrenome dele ^^),Drica Morais, Dan Stulbach (Tom Hanks) e a grande surpresa ( e melhor personagem,na minha modestíssima opinião), Guilherme Weber e seu inesquecível Benny. Benny é o que há! Língua ferina, debochado, sarcástico até o osso,talvez não pensasse muito antes de falra,mas ooops! já era tarde, e lá vai mais um que não escapou dos comentários do Benny. Eu as vezes tenho meus momentos Benny, totalmente porra louca. Ag mão posso esquecer da Maria Luiza Mendonça, como a Raquel, mulher que abandona um sonho por amor, mas que logo será "retribuída" pela traição do marido ("eu sei o que você sentiu, como pode uma atriz passar algo tão intenso e verdadeiro?"). Foi graças aos amigos que ela recupera as forças, assim como eu. Aí que "Queridos Amigos" ganhava pontos, um tema maior, tão simples, e tão fora de moda: amizade verdadeira. Sempre pensava se eu, a Vy,Tuta, Mi, Rê,Michel,Camila estaremos ainda de uma certa forma ligados e presentes na vida um dos outros. Estaremos juntos pra contar a história de nossas vidas?

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Ah, mas voltemos a "Capitu"! É difícil tentar descrever por palavras o que sinto quando me deparo com algo que me surpreende, seja um filme, uma música, um bom texto... É porque, claro, cada um tem uma visão peculiar do que se vê, cada um dá um significado diferente para aquilo que gosta. A começar pela produção, cheia de metáforas (a cena do Bentinho seguindo as linhas traçadas com um giz pela jovem Capitu foi muito bem sacada), cenas de puro lirismo (cena do 1ª beijo)... Estamos diante de algo que foi muito bem apresentado,vemos todo o cuidado do diretor. Então chegamos a conclusão que eu aprecio a dedicação e o esforço de todos os envolvidos no processo.

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Além disso, claro, a história, sim, e a percepção de quanto tenho de Bentinho dentro de mim... por vezes me torno "casmurra" (mas um rascunho,afinal sou só a shil, sim com letra minúscula propositalmente). Pra que sentir ciúmes? Pra que esse ciúme doentio? Seria inveja? Baixa-estima? Seria insegurança? Não eram a mim olhos de ressaca, e sim traços da felicidade passada... Falsa ingenuidade, porque me permiti me deixar enganar... Mas estamos falando de quem afinal?

...


Não sei ao certo o porquê da baixa audiência, muitos afirmam que o horário era muito tarde; bom, as finais de BBB chegam a passar a 00h00 e nem por isso saem da casa dos 30/40 pontos. Outros afirmam que o "povão" não gosta de qualidade...estou cansada desse discursinho elitista, "eu sou cult, gosto de algo que poucos tem acesso, eca agora é pop". A arte, cultura deve ser acessível a todos, se for modinha ou não, só o tempo dirá! Na comunidade do Beirut o que teve de gente que quase pariu por ver o número de membros crescerem,só pela divulgação de Elephant Gun. Porque quem realmente gosta, se identifica vai querer descobrir mais e mais sobre essa novidade "refrescante", mergulhar num novo universo. Deixem me sonhar em paz!!!

Adiós!
ps 2 : sonhem junto comigo: http://br.youtube.com/watch?v=N-mqhkuOF7s


sábado, 13 de dezembro de 2008

Freud,me ajuda!!!!!



Eu tenho sonhos! E todos eles bizarros, porque afinal, nenhum sonho é normal. Por muito tempo eu tinha sonhos em que perdia um dente e , meu Deus, parecia tão real, como se eu sentisse meu dente mole e saindo da minha boca!!! Segundos astrólogos o fato de sonhar com dentes que caem significa presságio de luto (toc toc na madeira)! Mas conversando com minha psicóloga e muitas terapias depois, nós chegamos a uma conclusão: eu me preocupava muito com minha aparência, afinal o sorriso é nosso cartão de visitas! Ter um sorriso saudável, sem falhas, perfeito, era isso, eu não admito falhas e tudo deve estar impecável; perder o dente seria uma prova de que não teria uma higiene bucal perfeita e que não ligaria para minha aparência. Eu também segui uma outra linha de raciocínio: digam me, em que fase da vida nós perdemos dentes de forma natural, isto é, quando a queda não é causada por falta de higiene? Se você respondeu quando somos pimpolhos,você acertou!! Talvez isso remetesse à infância, pois eu tive esses sonhos numa época de transição em minha vida, um momento no qual eu tive que na marra me desprender da infância, entenda-se desprender da barra da saia da minha mãe.


O que vem me chamando atenção são meus sonhos recentes, um mais estranho que o outro. Nem sei se faria bem postá-los aqui, porque eles podem dar margem a muitas interpretações... Até dá um aperto quando acordo, fico sentada na cama por um bom tempo tentando refletir sobre o que passou pela minha cabeça. Se o sonho revela o nosso inconsciente, o meu deve ser o mais conturbado de todos! Um dia desses ( ou seria uma noite dessas???) eu sonhei que cabulava a aula de inglês de novo ( leiam o tópico "fuga da mesmice"), era um dia cinza e nublado, havia uma garoa fina e triste ( pelo menos foi essa a minha sensação ao ver essa cena). De repente a cena muda, eu estou num local não muito bem definido (provavelmente criado na minha cachola), sem muitos detalhes, predominantemente branco. E para minha surpresa eu estava usando drogas (!!!). Deixo bem claro que nunca experimentei nem tive vontade de usar usar. Era cocaína, porque eu estava de costas mas dava para perceber eu aspirando algo e depois era possível ver um pó branco nas minhas narinas (semelhantes a imagens da Amy Winehouse que rolam por aí). Corta a imagem de novo,e lá estou eu na rua, na Alfredo Pujol pra ser mais exata, e pego carona com o John, um colega do meu ex (parecia que ele me levaria ao encontro do dito cujo). Nesse sonho especificamente não rolou diálogos, o que o torna um verdadeiro mistério! Consultando o livro de significados de sonhos, tomar drogas significa "traição,amigos ciumentos". Mas como já escrevi, sonhos não têm interpretações fixas. É certo que este tem uma atmosfera triste, com várias "regras" sendo quebradas.



Por hora eu fico por aqui, mais sonhos virão e eles serão descritos em post futuros. Boa noite e tenham bons sonhos!




PS: eu estou apaixonada por uma música que logo renderá um texto! Aguardem!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

3x4 reloaded

Bom, na minha comunidade há um tópico chamado 3x4, no qual o povo respondia a um questionário. Lembra um pouco aqueles cardenos de perguntas do ginásio, sim ,aquele que tinha uma pergunta por página com a única finalidade de sabermos da vida dos outros!
Eu estava relendo o tópico e, apesar do pouco tempo, já há mudanças nas minhas respostas(respondi a enquete em 25/05). Daí resolvi colocar aqui minhas novas respostas e fazer disso uma tradição, todo dia 08 de Dezembro farei minha auto análise! Assim veremos toda a evolução dos meus pensamentos, das minhas impressões. E o bom de colocá-lo aqui no "Só sei que nada sei" é o espaço maior para poder tecer meus comentários pertinentes.
And here we go:
>Local de nascimento: São Paulo
>Apelido de infância: Bizu, dado pela minha irmã Luciana. Reza a lenda que quando nasci era exibida uma novela na qual o ator Emiliano Queiroz fez um personagem chamado seu Biju. Então a Lú passou a me chamr de Biju,que evoluiu pra Bijuzinha,mais pra frente Bizuzinha e por fim, Bizu.
>Qual é sua maior qualidade? Lealdade
>E seu maior defeito? Ciúmes
>Qual a maior característica de um homem? Caráter
>E de uma mulher? Companheirisno
>O que você mais aprecia em seus amigos? Carinho e sinceridade
>Qual é sua idéia de felicidade? Viver em um lugar menos violento e onde as pessoas sejam mais tolerantes
>E o que seria a maior das tragédias? Perder alguém querido
>Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? agora no momento tô feliz sendo eu mesma
>E onde gostaria de viver? Londres
>Qual é sua cor favorita? Azul-claro. Sabe o céu limpinho,todo azul no outono?É nesse tom que falo
>Uma música: ainda a-m-o Wonderwall do Oasis, sou capaz de cantá-la de traz pra frente! Mas ultimamente tenho ouvido muito Amy,e Back to Black é uma música que mexe comigo ( a´te arrepio)
>Um cheiro: de baunilha
>Quem são seus heróis na ficção? Batman e Edward Bloom
>E na vida real? Ayrton Senna e Che
>Qual sua palavra favorita? Uia!
>E a que mais detesta? preconceito
>Quais dons você gostaria de ter? voltar no tempo e voar
>Tem medo de morrer? Sim, porque não sei o que acontecerá depois, não consigo imaginar simplesmente que deixamos de existir e tudo virará pó. Talvez eu seja materialista demais pra me desprender do próprio corpo.
>Com o que gasta mais dinheiro? dvd's e livros
>Qual sua maior realização?nenhuma em especial
>Uma frustração: não ver show dos Beatles e de um monte de bandas que curti porque elas já acabaram (isso que dá gostar de velharia)
>Um hobby: ler (leio até bula de remédio)
>Uma saudade:da Lili, minha gatinha de pano, meu brinquedo favorito
>Uma comida que sabe fazer: miojo e sanduíches
>Parte do corpo que mais gosta: boca
>Tem alguma que não gosta?mãos e pés
>O homem/ A mulher ideal: não existe, nunca podemos idealizar alguém, o risco de decepção é enorme
>Time do coração: Palmeiras
>Um programa de tv: CQC e Pushing Daises
>Quer me deixar com raiva... Minta pra mim
>A última vez que chorou: foi de tanto rir vendo uma apresentação do Danilo Gentili

sábado, 6 de dezembro de 2008

J.C e a Farsa de Inês Oliveira

Falar sobre a família é sempre complicado,afinal há tantos fatos e boatos que essas histórias acabam tornando - se lendas. Na parte da família Oliveira ocorreu algo digno de novela das oito, uma dessas coisas que ficam escondidas entre os mais velhos e que só atiçam a curiosidade da pirralhada. É a história da minha tia Inês, uma parente que nunca conheci, a não ser por fotos,e ainda assim, só depois de muito tempo. Ela é a filha mais velha de minha vó, a irmã que meu pai tinha mais complicidade (além dela, tinham meu tio Eliseu e minha tia Irene). Mas sem muitas explicações, ela abandonou a todos. Quando era pequena, eu nunca ouvi alguém citar o nome dela, nem mesmo seus próprios filhos, embora eles também fossem tão jovens quanto eu. Tudo que sei é que ela trabalhava como cabeleireira, era casada, teve 3 filhos e, de repente, os abandonou. foi um choque e tanto, afinal ela tinha uma vida aparentemente feliz. Meus avós até foram atrás dela, e deram com os burros n'água; eles a encontraram num apê no centro da cidade e ao tocar a campainha ela nem se deu ao trabalho de abrir a porta, disse que não os conhecia e que seu nome era Márcia. Depois, em 1988, meu pai a encontrou em um salão de beleza em que ela trabalhava, tentou convencê-la a voltar pra casa, pelo menos para dar uma satisfação aos filhos; também prometeu defendê-la, pois algumas pessoas (vide o ex-marido dela) poderiam ter uma reação explosiva. Mas mesmo assim, ela sumiu novamente. Há algum tempo ela foi dada como morta. As únicas imagens que tenho dela são as fotos de seu casamento (sua semelhança com minha avó é impressionante). Ás vezes questiono o que a teria levado a ter feito isso; minha mãe disse que mei pai desconfiava de uma possível traição (o filho caçula não seria do seu marido); outros alegaram que minha tia era alcólatra (o que seria imperdoável para uma família tão cabeça dura quanto a do meu pai, pois meus avós era protestantes conservadores). Mas tudo isso só ficará na especulação.
Outra história,essa nem tão dramática mas sim curiosa, é que minha mãe tem um baita azar com J.C's! Como assim, não entendeu? Assim, minha mãe no longínquo ano de 68 casou-se com José Clóves, mas seu casamento foi cheio de turbulências, um verdaderio inferno e após 15 anos, eles se separavam. Bom, era hora de aproveitar a solteirice maaaaaaaaas logo surge seu segundo J.C, José Carlos, que se tornaria meu pai. E você pensa que eles foram felizes para sempre? Ledo engano, apesar de tê-lo amado muito, o seu amor não foi retribuído. Outra coincidência foi que as duas sogras se chamavam Lindinalva!!!! Eita mãe, vai ter azar assim lá casa do chapéu!! Com tantos problemas com J.C's, acho que nem Jesus Cristo ajuda!!!!rsrsrsrsrsrs

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Trilogia Harveyniana


Polly Jean Harvey, ou simplesmente P.J. Harvey (acho um charme ser conhecido pelas iniciais, mas comigo não ficaria tão bem... S.P. Oliveira,não, todos enchem a boca para falar Pupo, não vou privá-los disso!!). Eu já tinha lido muito sobre essa cantora, uma das minhas fontes era a coluna Escuta Aqui, de autoria de Álvaro Pereira Jr. Mas nunca - isso mesmo, NUNCA - tinha ouvido o som dela, nem em rádios, nem pela tv. Internet, bah, isso nem tinha .Ela se tornou constante em minha vida desde o início deste ano, pois eu precisa de uma trilha sonora pelo momento que passava. Fim de relacionamentos são uma merda; de um que só existiu na sua cabeça apenas, pior! Mas ainda sair destruída e humilhada, bingo!, você atingiu a depressão. Nã o que amigos e familiares fracassem na ajuda, mas há algo indescritível, só quem sente para entender. Foi aí que P.J. caiu em minha vida. As vezes tudo o que mais quero em situações ruins é ficar isoladinha no meu canto,eu e apenas a música. Ainda na sala de espera do consultório, esperando ser chamada pela minha psycho, vi uma resenha sobre o então álbum novo da P.J., "White Chalk". Na hora perdi a vergonha na cara e resolvi me aprofundar no universo Harveyniano. O fim do meu namoro passou especificamente por 3 fases distintas, todas traduzidas nos versos de Polly Jean. A seguir:
OH MY LOVER
"Oh my lover
Don't you know it's alright ?
You can love her
You can love me at the same time
Much to discover
I know you don't have the time but
Oh my lover
Don't you know it's alright ?"
Era a fase de humilhação, na qual você não dá ouvidos para a opinião dos outros, ter de volta quem perdeu é a única coisa importante. Não me importava se fui trocada, não ligava se não era recípocro. Deixamos o orgulho de lado para cair aos prantos por muito pouco. Mas do que valeram minhas boas intenções, se ele nunca quis mudar? Ah não, não poderia cometer o mesmo erro dele, o de ficar preso ao passado. Porém pra que continuar com aquilo, pra que sofrer? Minha cota de erro foi tentar substituir o que pra ele era insubstituível...
"Rid of Me"
"Tie yourself to me
No one else no
You're not rid of me
No you're not rid of me
Night and day I breathe
You're not rid of me
Yeah you're not rid of me
I beg you my darling
Don't leave me
I'm hurting
(...)
Yeah you're not rid of me
I'll make you lick my injuries
I'm gonna twist your head off, see?
Till you say don't you wish you never never met her
Don't you don't you wish you never never met her
Lick my legs I'm on fire
Lick my legs of desire"
Passado os primeiros dias de tristeza e inconformismo, ainda me sentia confusa. Uma mistura de raiva e amor, sei lá; uma necessidade de provar que ele fez a escolha errada em me abandonar. Mas isso já não é amor, não é algo saudável, é obcessão. Não há necessidade em querer ser melhor que alguém, não precisava provar nada. Demorou até compreender que fazê-lo lamber minhas injúrias ou dizer que estou sofrendo não iria adiantar em nada. A máscara dele já tinha caído e agora eu era parte do seleto grupo daqueles que sabem quem é o "profeta". Não há mais espaço para personagens,aliás,era justamente isso o que ele buscava: gente que possuia um alter ego.
"Who the Fuck?"
"Who the fuck
Do you think you are
Get out
Of my hair
Who the fuck do you think you are
Comin' round here
Who the fuck
Do you think you are
Get your comb
Out of there
Coming out
My hair
I'm not like other girls
You can't straighten my curls
Who?Who?Who?Who?
Fuck!Fuck!Fuck!
You
I'm free
You'll see
I'm me
You'll seeWho?"
Finalmente chegamos a fase "Who the Fuck",a derradeira, aquela que exorciso todos os demônios. Se antes jurava que ele não estaria livre de mim, agora sou eu que declaro "Eu sou livre", e meus cachos permanecerão. Pare um pouco pra refletir darling, você não é tudo isso que pensa, agora eu que não caio no seu joguinho barato, porque infelizmente quase tudo que vem de você cheira a falsidade. Esse seu tipo só faz efeito pro "seus amigos e amigas"; esse seu jeito phoderoso pra uns e "garoto carente" pra outras não vai durar por muito tempo. Eu morri por mil vezes e você tentou (sem sucesso) voltar pra ela, mas eu não vou trazer a escuridão de volta pra mim