Por alguns dias era comum trocarem algumas palavras, ás vezes a Esfinge ficava muito ocupada e era muito minuciosa em suas funções; talvez por isso a tartaruga ficava receosa quando tentava iniciar um papo... já era lerda por natureza, com uma pitada de timidez, a coisa torna-se pior. Mas nas poucas horas de conversa eles foram descobrindo que tinham pontos em comum,
- Desculpe-me a intromissão, mas que figura é essa?
- Sou eu e o filho de meu fraterno... - mas ela não deixava de permanecer vigilante. Fez um silêncio muito grande, a pobre tartaruga estava prestes a retornar ao casco mas foi surpreendida pela Esfinge.
- Sou o último de uma família composta por 3 herdeiros, esse ao meu lado é filho do meu irmão mais velho.
-Eu também sou a última de meus descendentes e... - não conseguia achar nada de interessante que pudesse prender a atenção da Esfinge. Ela por sua vez, parecia não querer cessar a conversa.
- Toda a nossa origem é do Lácio, embora muitos pensem que viemos do Egito, aposto que você pensou isso! - e um sorriso enigmático surgiu em sua face. Ela pensara que a tartaruga se enganava como os outros. - E você vem de onde?
- Bom, não pode parecer mas meus descendentes são do Lácio também, embora não somos tão nobres quanto a sua. Há também um erro em achar que viemos de Galápagos, mas não fico brava, ninguém é obrigado a saber de tudo.
E para provar o quanto era ligada a região do Lácio, ela mostrou seus conhecimentos em latim.
- Meu clã é o Púpia, e com passar dos anos foi renomeado Púpius. Essa palavra até hoje muito utilizada, por exemplo, na biologia. Sabia que a fase em que a borboleta se fecha num casulo chamam de "pupa"? - antes mesmo da Esfinge responder a tartaruga emendou: - "Pupa" pode significar "boneca" ou "menina"; talvez seja porque a borboleta não chegou nem à adolescência quando fica escondidinha no casulo...
-Ela está se preparando para uma grande transformação, vejo que há até uma certa semelhança entre você e uma borboleta, digo, você tem o hábito de se esconder no seu casco, como se ainda esperasse por uma grande transformação.
- Eu ainda não sou livre como uma borboleta - era isso que desejava dizer, mas as palavras ficaram presas, ó céus, até suas palavras não conseguiam ser livres.
Bom por hoje encerro mais um capítulo dessa bizarra história. Mas aguardem, pois há mais fatos e seres que faltam ser apresentados.
See ya!