quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Marcos,Batman e o Homem de Capuz


Ontem pela manhã eu me deparei com uma cena bizarra: um cachorro fazendo cocô em pé! Ele parou ao lado do poste do vizinho, levantou a patinha como se fosse fazer pipi mas acaba soltando as esculturas! O dia promete, pensei. Eu estava calçando minha nova aquisição, um sapato de salto alto, vermelho, bem bonito mesmo. Já tinha feito a estreia dele no chá de bebê que aconteceu no domingo, mas nunca tinha percorrido grandes extensões no alto de 5 cm! Por isso optei em ir ao trabalho de ônibus do que descer até o Metrô (já pensou se eu viro o pé?). Cheguei e antes de passar a catraca fui perguntar à mocinha da recepção qual era o horário de funcionamento do DP (Departamento Pessoal). Minha meta era pedir minha demissão. Eu tinha das 10h às 16h para falar com eles, exatamente o horário do meu expediente. Subi até o meu andar. Eu já olhava os corredores como se fosse a última vez que passaria por lá, última vez que ouviria o piiii do relógio do ponto, retirar o ticket, abrir a porta que separa a operação do nosso andar ( e falar Avada Kedavra diante dela e encostar o crachá para abrí-la magicamente). Na primeira hora eu fiz minhas tarefas normalmente até que meu então supervisor me chamou para a salinha e me deu a notícia de que eu estava sendo desligada. Não cabe ainda escrever minhas impressões sobre o motivo da minha demissão, mas me soou muito familiar com um dos temas da HQ (que também virou filme) Watchmen. Qualquer semelhança com o Ozzymandias, não é coincidência. Claro que por um lado eu fiquei chateada, como se a palavra "loser" tivesse surgido na minha testa. Porém uma pessoinha já me disse que é preciso ver o lado bom dos acontecimentos, por mais ruins que eles possam parecer. Agora pelo menos eu não tenho mais crises nervosas. ( Passado o calor da demissão, escreverei mais, para não soar muito injusta).

Fui embora pra casa e lá estavam minha mãe e o Gá. A Luciana foi levar o Rô ao médico e precisou novamente do nosso auxílio. Devido a isso que eu e mamis não conseguimos sair mais cedo para ir à noite de autógrafos que o Marcos, ex-goleiro e eterno milagreiro Palestrino que faria ao lado do Mauro Betting na Saraiva do Shopping Eldorado. Primeiro lugar, porque ir num shopping que fica lá na casa do chapéu (de acordo com meu ponto de vista) ???!! Segundo que os funcionários do metrô, CET e guardas de trânsito em geral não sabem passar uma simples informação de como chegar em tal lugar!!! Foram 3 informações diferentes e todas erradas! Eu só tinha ido uma vez ao Eldorado, no longínquo ano de 94 para ir ao parque da Mônica e obviamente não me recordaria do caminho. Resultado: ao chegarmos no local, havia uma fila quilométrica, dificilmente todos sairiam de lá com o autógrafo do Marcão. Uma pena, minha mãe estava empolgada para vê-lo. Apesar dela ser são-paulina, ela tem uma simpatia imensa pelo Marcão (mas quem não tem, né?). Bom, não teria jeito, resolvemos voltar pra casa. Pegamos um ônibus que iria até o metrô Paraíso. Confesso que estava tão "p" da vida que nem olhava para o lado de fora. Mas depois me toquei que estávamos na Avenida Paulista, mais precisamente em frente à estação Consolação. Fiz o irresistível convite de ver o filme do Batman lá no Center 3. E lá fomos nós. Sessão das 20h, ainda dava tempo de comer um lanchinho (eram 19h30). Entre uma mordida e outra no meu sanduba, eu ia trocando sms com o Ráfaga (mal saí e ele já sente a minha falta). 

Na sala estava tudo normal, exceto o fato da minha mãe ter reparado num sujeito sentado bem na poltrona central, com um moleton preto e o capuz cobrindo o rosto. Vixi, f#deu, é hoje que vou morrer! Não estava nem frio dentro da sala para o cara estar vestido daquele jeito. Só poderia ser uma assassino-maníaco-biruta que daria o cabo na gente! Os trailers rolando na tela e eu lá com minha atenção toda voltada ao comensal da morte. E  agora? Se ele atirar, eu saio correndo (estava sentada na cadeira do corredor) ou me abaixo??? Seria mais heróico me jogar na frente da mamis para ela não levar um tiro?? Ó céus, nunca pensei que ser morta num massacre seria tão complicado! O filme começa e conforme ele vai sendo exibido, eu consigo relaxar. O homem abaixa o seu capuz e revela ser um careca, igual ao Bane!!! Eu até sentei mais pra ponta da poltrona pra ver se ele também tinha alguma focinheira. Não, mas ele sempre sentava mais pra frente em todas as cenas de tiroteiro. Obviamente para imitar o ídolo na matança que ele está planejando executar em instantes. O fim do filme chegou, sobe a trilha do Hans Zimmer, minha mãe enxuga algumas lágrimas e vamos embora. O comensal da morte continuou por lá, sem se mexer. A cereja do bolo foram as mensagens trocadas por mim e pelo Ráfaga:

"Sinto desapontá-lo, mas sobrevivemos!"
"Aaaaaaah :-( Nao eh possivel que o cara que eu e o Marcelo contratamos arregou!"

Obs: ah, faltou comentar um fato que prova como eu sou a mina! Eu tinha informado que estava calçando um sapato com um salto de aproximadamente 5 cm, certo? Todos sabem que eu sou o desastre ambulante, vide a minha falta de intimidade com saltos! Pois bem, quando voltei pra casa, eu troquei o salto por um sapatilha para evitar possíveis dores, supondo que ficaríamos em pé na fila por um bucadinho de tempo. Acontece que quando eu fui me despedir da minha irmã, eu consegui a proeza de virar meu pé, mesmo usando uma sapatilha sem nenhum saltinho!!!!! 

2 comentários:

Unknown disse...

Preciso revelar que eu amo a maneira como Shil escreve!

Pâmela Rodrigues disse...

sem palavras shil, escreva um livro já!!!