sábado, 26 de setembro de 2009

The Lady is a tramp

Cinema, livros e música são três coisas essenciais na minha vida. Um completa o outro. E quanto mais criativos e sinceros são as pessoas envolvidas com alguma das minhas paixões mais satisfeita eu fico. Não me desce a ideia de alguns oportunistas investirem em algo que não têm talento, desviando o foco principal (qualidade artística) e voltando as atenções para assuntos irrelevantes. E isso vem crescendo rapidamente, a cada artista novo lançado a música é um mero coadjuvante e todos os holofotes ficam sobre o pseudo-artista e suas peculiaridades.


É por isso que volto a comentar sobre essa Lady Gaga. Ela é um ótimo exemplo do que eu quero dizer. Considerada por crítica e publicou uma das revelações musicais do ano, Lady Gaga (Stefani Joanne Angelina Germanotta na certidão de nascimento) invadiu as pistas de dança do mundo inteiro e seus clipes das batem ponto na MTV, com suas músicas que grudam feito chiclete e seu visual chamativo. Para seus ardorosos fãs ela é um ícone fashion,arrojada e original. Já seus depreciadores não poupam críticas ao seu exagero cuidadosamente calculado para agradar fashionistas de plantão e sua total falta de simancol, graças as suas declarações que ela acredita ser "bombásticas" mas que no fundo soam tão desnecessárias e fúteis. Sabemos que música e moda andam de braços dados. Roupas inspiradas pelo movimentos hippie, punk, grunges já invadiram as passarelas e ensaios de moda. Madonna conta com figurinos assinados por Stella McCartney, Dolce & Gabanna, Jean Paul Gualtier, etc... Mas apesar de querer soar vanguardista, a Lady Gaga só mostra ter um gosto pra lá de duvidoso, gosto esse quem nem pode ser o dela. Sinceramente eu acredito que o artista deve ser autêntico e verdadeiro ao executar seu trabalho, fruto de uma idéia própria e não de empresários e assessores de imagem que ficam de olho nas exigências do mercado fonográfico para vender seus "produtos".

Olhem essa foto:


Cadê a garota ousada, cadê a volúpia? Sem falar que muitas coisas apresentadas por ela não são nada originais, numa rápida olhada eu já percebi toques de Kyle Minougue e até David Bowie na moiçola.






















Ela não será a 1ª nem a última a entrar no jogo do mundo pop. Até artistas que eu gosto muito já mudaram da água pro vinha, perdendo a moral e a credibilidade. Vejam o Chris Cornell (homem que eu desejei por um bom tempo!!! )
Época em que ele era vocalista do Soundgarden e junto com o Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains, fez a alegria de muitos roqueiros no início da década de 90. Iniciou carreira solo e em 2002 juntou se com os ex-integrantes do Rage Against the Machine e fundaram o Audioslave, puta banda (sorry o palavrão!), considerada por muitos A super banda dos anos 2000. Infelizmente o Audioslave durou 3 álbuns, nunca vieram ao Brasil (para minha tristeza) e Chris continuou com a carreira solo. Surpreendeu a todos os seus fãs quando anunciou Timbaland como produtor do seu álbum, o "Scream". Chris agora faz música pra mano!







Adoro a Alanis Morissette mas é inegável que seu início de carreira foi um tanto quanto diferente. Em vez da cantora raivosa, que esbravejava em "You Oughta Know" coisas como "Ela faria sexo oral em você no cinema?", tínhamos uma Alanis cantando um pop açucarado, uma espécie de Paula Abdul!!



Quanta diferença...



Amy Winehouse, alguém lembra dela em seu 1º álbum, o "Frank"? O som era delicioso, muito bom, já mostrava o potencial da Amy, mas infelizmente o sucesso só veio com "Black to Back" e seus incontáveis escândalos. E o tão comentado estilo beehair (cabelo colméia) e seus olhos marcados pelo delineador não a acompanhavam no início...






E por onde anda a gravata da Avril Lavigne? Ela quase me enganou, achei que ela fosse honesta no seu pop rock despretencioso mas como nem tudo são flores, logo a ficha caiu. Aquele estilo S8ier Girl foi só uma tentativa de lançarem alguém para ser o oposto da Britney. Uma cantora que pudesse agradar tanto os meninos, por mostrar que tem atitude e ser ídolo para as meninas que não se enxergavam no perfil das cantoras pop da época; afinal Avril se dizia autora de suas músicas, cantava ao vivo e não usava do corpo para se aparecer. O visual de skatista caiu como luva para ela. Mas naquela época já havia elementos em seu estilo criados para serem copiados por todas as suas fãs: o cabelo liso by chapinha, os olhos bem marcados por lápis e sombra e a indefectível gravata que anos mais tarde ela abandonaria, junto com sua morenice. Hoje temos a Avril loira, dançando em seus clipes com roupinhas que nada lembram seu início de carreira.

Eu poderia ficar aqui horas e horas escrevendo sobre artistas supostamente criativos e independentes mas que no fundo não passam de pessoas bem assessoradas por uma verdadeira equipe com o propósito de vender uma imagem a nós meros mortais. Ou mesmo pessoas que começaram de modo digno em suas carreiras mas devido as pressões em vender bem, eles tiveram de sucumbir às exigências e assim perder toda sua essência. É uma pena. A criatividade é algo único e que nunca deve ser podada.


Um comentário:

Gabby Luz disse...

...é o povo é algo antes e depois da fama... tudo é marketing... tudo é luxo... é moda... daí o povo deixa de ser quem é de verdade...