Reservei o dia de hoje para conferir As vantagens de ser invisível. Na verdade, era para eu ter ido ontem, mas o calor de 36 graus me desanimou. Não funciono bem em altas temperaturas, fico mais lenta do que uma preguiça-gigante. Sem querer querendo essa se tornou a segunda quinta-feria seguida em que eu vou ao cinema. Semana passada eu fui ao Cine Marabá para ver Looper, aquele em que o Joseph Gordon-Levitt faz um assassino profissional encarregado de matar pessoas trazidas do futuro. Até ele se deparar com "o ele do futuro" (feito pelo Bruce Willis). Uma nota rápida sobre esse filme: ele tinha tudo para ser O filme, daqueles de me fazer gritar QUE FILME FODA. Mas não foi. A primeira metade dele é ótima, com ótima edição, bons ângulos, a atuação do JGL brilhante (confesso que não o tinha visto até então fazendo um "bad guy"). Desde de Inception ele me impressiona em cenas de ação. Mas uma história que tinha tanto potencial tornou-se morna da metade pra frente. Saí do filme com uma sensação de que faltou algo! Enfim, 9,5 pro início e 6 pro final. No sábado vi 007 - Operação Skyfall, que foi satisfatório. Um bom filme de ação, mas ficou aquele gosto de deja vu, porque algumas cenas remetem à Os Vingadores e até Batman- O cavaleiro das trevas! Mas valeu pelo agente Q!!! Sem falar que eu caí no cinema. Ainda bem que a sala ainda não tinha gente e eu tive a proeza de cair quando ainda subia o primeiro degrau! Me joelho está doendo até agora...
Enfim, só fiquei sabendo da existência d'As vantagens de ser invisível após ler uma reportagem na Preview. Não só o enredo me chamou a atenção,mas também a relação de músicas que fazem parte da trilha sonora. Há The Smiths, David Bowie, Sonic Youth, Air Supply, etc. Esse é o tipo de filme feito sob medida para mim, assim como foram Peixe Grande, 500 dias com ela, Alta Fidelidade, O Artista e Meia Noite em Paris. A minha ideia era chegar cedo ao cinema. O local escolhido foi PlayArte do Center 3, que na verdade é uma praça de alimentação e um complexo de cinema disfarçado de shopping, porque tem poucas lojas, haha! Mas eu reparei que foi lá, no Center 3, onde eu vi mais filmes até o momento: 6 ( O Artista, Shame, Batman - The Dark Knight Rises, 360, Um divã para 2 e o que dá o título ao post).
Sexta vez que vou ao Center 3. Tudo para passar pela Paulista! |
Quando eu saio do metro e subo as escadas, vejo uma avenida Paulista se preparando para o Natal. Eu fico meio confusa com a aproximação do natal. Para uma ateia não há nada a ser comemorado. E acho tudo tão artificial: as pessoas perdendo tempo em filas nos shoppings só para que seus filhos tirem fotos com um velho barbudo. Ou então gastam todo o décimo terceiro em compras, para depois iniciar o ano com a corda no pescoço. Cristãos criticam ateus por não acreditarmos em deus. Eles nem lembram por qual motivo se comemora o natal. Vai entender...Tinha um Elvis cover se apresentando em frente ao shopping e não sei de onde saía um som de Like a Rolling Stone do Dylan. São Paulo sempre me presenteando. Nossa saí completamente do assunto, voltemos ao foco.
São 16h19 e estou escrevendo o rascunho no meu celular. Ele já tá velhinho: a proteção do teclado caiu, a tela de vez em sempre apaga sozinha e às vezes eu não ouço quem está do outro lado da linha (pelo menos tô livre da Samara). Eu tinha chegado e comprado meu ingresso às 15h39 e a sessão só começaria às 17h20. Não tinha levado o livro do George Orwell. Eu poderia atravessar a rua e ir visitar a Livraria Cultura. Isso...mas a preguiça somada com as cólicas que sentia me impediram de levantar a bunda da cadeira. E tem mais: com certeza minha mão coçaria para comprar um livro. E eu já tinha atingido a cota do mês, comprando um livro sobre o David Bowie e outro sobre a música pop no cinema. Deixa eu comer no McDonald's que eu ganho mais peso. Dou uma bizoiada ao meu redor e o andar não está muito cheio. Na mesa localizada a minha frente há dois rapazes conversando. Tô tentando adivinhar se eles são gays. Um deles, o mais branquinho, parece o Fernando. Será que são parentes, por que o Fernando não tem uma cara comum não. Hum, reparando no carinha que está com ele dei o meu veredicto: sim, são gays! Eu poderia pedir pra eles uma folha de caderno emprestada,estou namorando há tempos o caderno de um deles, tem a capa laranja. Meus dedinhos estão doloridos de tanto digitar nesse tecladinho minúsculo. Acabou de passar um velho parecido com o George Lucas. Eu já vi sósias do Morgan Freeman e do Micheal Caine (my cocaine,rs). As horas não passam, ainda são 16h38 e eu estou aqui, invisível, digitando num celular que me acompanha desde 2008, vestindo uma camisa verde com imagens dos posters de filmes do Pedro Almodovar, tão velha que já tem um furo próximo a barra. Meu velho All Star Preto com paetês, não me desfaço porque esse modelo não existe mais. Ele é de 2007. Às vezes eu fico um pouco chateada de não ter uma companhia para essas idas ao cinema. Acontece que sou extremamente chata para escolher filmes. Todos que estão aqui vieram para ver o filme do Gonzaga ou aquela comédia que tem aquele gordo chato histério da Globo. E não entra na minha cabeça a ideia de ver um filme sem pé nem cabeça para pura e simplesmente 'desligar o cérebro e relaxar'. Por mais simplória que seja a história, ela tem que respeitar a inteligência do público. Por isso que sou bem seletiva para ver comédias em geral e filmes de ação. Dificilmente alguém iria comigo para ver O espião que sabia demais ou Cavalo de guerra ("so boring" para alguns) ou ainda Shame. Numa conversa ao final da eleição para o segundo turno eu comentava sobre Bastardos Inglórios e o pessoal que compunha a mesa comigo me olhou de modo estranho e disseram nunca ter ouvido falar desse filme! Bastardos Inglórios!!!! Tarantino!!! Será que não sabem que Kill Bill, Cães de Aluguel, Pulp Fiction são dele????? Pelo menos falassem que era o cara que parece o Samuel Rosa do Skank. Sou eu fanática demais por filmes ou as pessoas que não se interessam em expandir o cérebro com algumas referências que o filme pode lhe oferecer? Quando estou sozinha minha cabeça não consegue relaxar e fico com zilhões de ideias na cabeça. Uma pena que eu não tenha um chip no cérebro para me lembrar de tudo depois. Tem dias que eu sou a minha melhor companhia. Não é fugir de gente chata (como alguns familiares, por exemplo) nem querer achar que meu gosto musical/cinematográfico é melhor do que dos meus amigos. Simplesmente eu senti que o filme que estava prestes a ver era para ser apreciado apenas por mim, sem tem que justificar minhas lágrimas e risos a cada cena. Pois bem são 17h10 e já vou entrar na sala 4!
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